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REVIEW THE WITCHER 3: WILD HUNT
NOTA: 9,5
The Witcher 3: Wild Hunt chegou ao PS4, Xbox One e PC. O jogo de RPG de ação da CD Projekt RED vem para finalizar a saga do bruxo Geralt de Rivia, que não é um herói, mas um legítimo mercenário que tem que completar sua derradeira missão. Repleto de bons momentos, o game não é perfeito, mas é bem divertido. Confira nossa análise:
O bruxo está de volta
The Witcher 3: Wild Hunt, como citamos, vem para finalizar a saga de Geralt. Isso não vai impedir de que saiam novos “The Witcher” ao longo dos próximos anos, mas Geralt de Rivia vai terminar sua história por aqui, de forma bem inspirada e com momentos épicos – dignos de grandes RPGs e similares.
Mas o fim não vai ser algo necessariamente agradável, como uma bela aposentadoria, e sim uma tarefa árdua que vai chegar ao bruxo quando menos ele espera. Geralt não é exatamente o herói que está presente em RPGs épicos, e isso fica claro logo nos primeiros minutos de jogo. Apesar de carismático, ele é o bruxo por si só, um dos últimos de seu tipo, o que deve ser levado bem a sério por todos.
A saga começa quando Geralt está em busca de Yennefer, uma antiga aliada. Logo ele descobre que nem tudo é o que parece, quando é designado com a tarefa de recuperar Cirila, filha do Imperador, que foi treinada por Geralt para se tornar um tipo de herdeira de suas missões e habilidades. O maior problema é que, tanto Geralt quanto Cirila estão sendo perseguidos pela Caçada Selvagem (Wild Hunt), um tipo de força sombrio que invadiu as terras do norte.
É claro que a Caçada Selvagem não será o único desafio enfrentado por Geralt ao longo da saga, que é realmente enorme e promete ser épica e repleta de reviravoltas desde o início. Não cabe falar aqui o que deve ou vai ocorrer na história de cada um, mas saiba apenas que The Witcher 3 é um jogo que se o que faz, principalmente em termos de enredo, com momentos caprichados e muito bem construídos.
Jogabilidade: complicada, mas faz sentido
The Witcher 3: Wild Hunt continua a tradição dos outros jogos da série, com comandos complexos e nada fáceis de se gravar. É botão que ataca, botão que pula, defende, corre, anda, seleciona magia, ataca com magia, entra no menu, pausa o game, combinações de golpes, defesa e contra-ataque – uma infinidade de possibilidades que vai te dar algum trabalho no início da aventura.
Felizmente o jogo possui um tutorial um pouquinho longo, porém agradável, que vai te ensinar a base desses comandos. É verdade que, mesmo depois do tutorial, o jogador deve continuar com algumas dúvidas, mas nada que a prática não resolva. O que queremos dizer é que: sim, o game possui comandos complexos e difíceis, mas isso não quer dizer que eles não façam sentido ou sejam truncados. Pelo contrário, tudo funciona muito bem, depois que aprendemos.
Os combates, por exemplo, fazem justiça à série. Apesar de ser um RPG com elementos bem clássicos, com direito a personalização e criação de itens e equipamentos, as lutas de The Witcher 3 são voltadas para a ação, com pancadaria rápida, cortes de espada que voam pelo ar, magias devastadoras que são conjuradas em questão de milissegundos e ataques rápidos para abater aquele inimigo feroz em sua frente.
A variedade da jogabilidade vai além dos combates, com muito a se fazer nos cenários e durante os diálogos. Os cenários são bem exploráveis, seja em cidades, no campo ou dentro de residências. O jogo se esforça em fazer com que o usuário demore bastante a terminá-lo, apesar da história ter a média de qualquer grande RPG, ou seja, pouco mais de 20 horas em termos de campanha. É muito para se ver, explorar, coletar, conversar, missões paralelas – espere perder muito tempo realizando missões secundárias, no bom sentido da coisa, o que deve elevar seu tempo de jogo para mais de 100 horas. Para quem curtir, há até mesmo um card game completo dentro da aventura, o Gwent, com regras próprias e sistema de construção de baralhos.
A jogabilidade também se espelha em outros games de sucesso, o que não é nenhuma vergonha, já ele pega emprestado conceitos de grandes títulos. Missões paralelas, por exemplo, são elementos comuns em MMORPGs, enquanto a exploração de mundo aberto poderia nos lembrar bastante de GTA , apesar de que, ao andar de cavalo pelo enorme mapa, a impressão que temos é que The Witcher 3 nos lembra mais de Red Dead Redemption, da mesma produtora, a Rockstar.
Outros elementos dignos de nota são o “modo bruxo” de Geralt, que o faz enxergar elementos secretos nos cenários e rastrear presas com mais precisão, que pode até estar presente em outros títulos da saga, mas que aqui lembra bastante a visão de detetive da série Batman Arkham. Toda a jogabilidade corria o risco de ser uma grande salada mista de outros games, mas faz bem o seu trabalho, ao construir controles coesos e funções bem representadas.
Um legítimo jogo adulto
The Witcher 3: Wild Hunt deixa claro que é um jogo adulto, e não apenas pela nudez dos homens e mulheres que aparecem ao longo da aventura, nem mesmo pelos palavrões ou cenas de sexo, mas sim pelo seu enredo denso, histórias marcantes a cada missão paralela ou da campanha e os combates violentos.
É de se impressionar que, por exemplo, nem tudo em The Witcher 3 possa ser resolvido no combate, mesmo aquelas situações que pedem por isso. É sempre possível chegar a um denominador comum, ao escolher uma das opções de diálogo, e resolver conflitos apenas no papo, apenas com a sensatez de Geralt, ou não. O game dá escolha total ao jogador sobre qual caminho seguir, e sobre qual consequência ele vai ter que se virar para encarar.
Tais elementos fazem de The Witcher 3 um jogo adulto e também amadurecido, em muitos sentidos. Quando se olha para trás e vê o que a CD Projekt RED na série The Witcher, é de se espantar o nível de produção que eles alcançaram neste novo capítulo, com narrativa digna de séries épicas ou até filmes de fantasia de alta arrecadação, como Game of Thrones ou Senhor dos Anéis.
Apesar de termos ainda a presença de um modo “fácil” no jogo, ele é difícil no padrão normal e possui dificuldades mais elevadas. Some isso a um esquema de controles que é pesado de aprender, muitos detalhes para se atentar e temos um legítimo game feito e pensado com o público adulto em mente.
Impecável, mas não perfeito
Estaria tudo lindo e maravilhoso se The Witcher 3 fosse um game digno de uma nota 10. Mas, infelizmente, ele tem problemas que consideramos graves e que podem, sim, tirar um pouco de seu brilho, frente a olhos de jogadores um pouco mais exigentes que a média que vai se impressionar com a nova aventura de Geralt.
Um dos pontos que nos decepcionou bastante foi a taxa de quadros por segundo, que em raros casos ficam travados em 30 quadros por segundo. Isso representa a suavidade do game e das animações. Em muitos casos a taxa de quadros vai cair, em termos técnicos, o que representa pequenos travamentos em algumas cenas mais rápidas.
Há outros problemas técnicos que permeiam o novo The Witcher, como objetos que são gerados sempre que a câmera retorna a um personagem durante um diálogo, criando um efeito bizarro, apesar de rápido, em alguns pontos da cena, além do carregamento entre um capítulo e outro e entre algumas cenas, que podem ser mais demorados do que se imagina.
Os gráficos estão em nível muito bom, com qualidade extrema, fazendo justiça ao poder de processamento dos consoles de nova geração – seja pelas partículas voando a cada magia, pelo cabelo ou modelagem dos personagens e até mesmo pelas paisagens vastas, cheias de detalhes e com muita vida.
Porém, problemas gráficos também prejudicam, com texturas que demoram a carregar, bugs visuais de colisão de polígonos (em determinado momento, Geralt passou por dentro de um cavalo na cena), ou até mesmo a animação do personagem no controle do jogador, que é bem desengonçada em termos de movimentação. São problemas que podem e devem ser resolvidos com atualizações online, mas o que analisamos aqui é o game “puro”, ainda em seu lançamento, sem “patches”.
A dublagem brasileira, tão elogiada e esperada durante a fase de produção do game, também decepciona. Apenas personagens bem centrais estão bem trabalhados, como o próprio Geralt. Mas personagens secundários e até mesmo alguns dos centrais, como Yennefer, apresentam vozes bem pouco inspiradas e, diríamos, até mesmo pouco combinando com suas atitudes ou aparência. Ainda bem que o game te permite configurar totalmente as opções de idioma, até mesmo com vozes em polonês, o idioma original e terra natal de sua produção.
Conclusão
The Witcher 3: Wild Hunt mostra que a série, felizmente, evoluiu e amadureceu com seus fãs. Trata-se de um jogo verdadeiramente adulto, com muito o que se fazer e diversos momentos emocionantes. A história derradeira de Geralt de Rivia vai além do próprio bruxo e introduz a “nova geração” do panteão de The Witcher. Há problemas, como em qualquer outro jogo, ainda que aqui eles estejam em nível mais elevado do que gostaríamos. Porém, Wild Hunt mantém o brilho de grande produção e impressiona a cada minuto.
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Fonte: TT
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