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Entrevista com Gustavo Barreto – Criador de Don Capollo, Tinco e Aero

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Cobertura Diversão Offiline SP

A equipe do GamingNews conseguiu uma entrevista com o advogado, mágico, desenvolvedor de jogos de tabuleiro como Tinco e Donn Capollo e sócio da Funbox editora, Gustavo Barreto, paulista de 38 anos e que possuí uma memória incrível. Confira como foi essa entrevista realizada diretamente do estande da Game Vult na 1ª edição do Diversão Offline em São Paulo.

GN: Quando foi o seu primeiro contato com jogos?

GB: Dia 21 de junho de 1985, dia do meu aniversario de 6 anos. Eu havia acabado de acordar, e senti um embrulho embaixo do meu braço. Era um papel colorido. Era um presente!

Abri o embrulho animado, e vi que era uma caixa retangular, um jogo chamado “Einstein”. Na época eu não conhecia  Einstein. Era um jogo abstrato da Grow, que joguei por muitos anos.

GN : Como surgiu esse desejo de se tornar um jogardor?

GB: Eu tinha 10 anos de idade, lembro que não tinha todos os brinquedos que queria, mas tinha que gostava muito que era composto por imãs, esse brinquedo tinha uma base e formávamos umas esculturas nelas, além desse brinquedo eu tinha um que chamava rouba queijo tinha uma base com imã e parecia que o rato andava sozinho. Eu achava aquilo sensacional, foi quando resolvi criar algo parecido, então peguei uma caixa de pizza uma caneta bic, umas tampas de garrafa e um arame de pão pullman e desenhei uma pista de corrida na caixa de pizza e com arame fiz uma cobra. O objetivo do jogo era fazer a cobra percorrer o caminho por volta das tampas sem fazer sem ser capturada pelas tampinhas.

Então apresentei o jogo para meus primos e eles adoram e decidiram apresentar para os meus tios e todos eles começaram a jogar, achei isso incrível e foi o que marcou a minha vida. Ver meus familiares jogando meu jogo foi algo que me marcou muito. Hoje poder criar jogos, resgata essa alegria, essa alegria de levar entretenimento de qualidade para pessoas que nunca vou conhecer e isso é algo extraordinário par mim.

GN:  Qual jogo criado por você é o seu favorito?

GB: Antes de responder a sua pergunta, contarei uma história. Meu avô paterno era arquiteto e trabalhava com construção e revenda de imóveis, e inclusive a casa em que ele vivia foi projetada por ele e um dia perguntaram para ele “Qual parte da sua casa o senhor mais gosta?”. Ele respondeu “a escada”, achei que fosse uma brincadeira e não conseguia entender o que ele quis dizer. Então ele me explicou.

“A escada é simétrica, possuí um bom corrimão, altura e largura perfeita. Um projeto difícil de ser executado e me orgulho muito dele, pois aqui nenhum filho meu se machucou”. Por isso considerava a escada o local da sua casa que ele mais gostava.

O meu jogo predileto e o melhor é um jogo que criei em 2011 e o primeiro a ser publicado, o Aero.  Aero, é um jogo abstrato e têm pouquíssimas regras, eu o explico para qualquer criança em 2 minutos, mas você levará sua vida inteira para dominá-lo.

O Aero Não é o meu jogo mais vendido e nem o mais procurado, mas o Aero é minha “escada”.

Aero - board game - Gustavo barreto - gamingnews

Aero (2011)

GN:  Qual jogo marcou a sua vida?

GB: Vários jogos marcaram por motivos diferentes, o xadrez marcou muito, cheguei a jogar pela faculdade, o Einstein e Abstrato da Grown também marcaram demais, o Aero por ter sido o meu primeiro publicado, o Donn Capollo  que foi meu primeiro na Devir, o primeiro nacional publicado em 28 anos de empresa e abriu a porta para muitas coisas. O Tinco que foi o primeiro jogo aprovado por uma editora internacional. Tem muitos jogos que marcaram não só pela beleza da criação e sim por me inspirarem e emocionaram demais.

Gosto muito de jogos que criaram mecânicas, como, Dominion, Gamão, que inclusive é o meu preferido no momento e o que mais tenho jogado, para mim é uma metáfora da vida. Também acho  Agrícola, Porto Rico e Terra Mística incríveis.

Alguns em especiais são esses, mas eu gosto sempre de me surpreender com novas culturas, novas mecânicas. Para mim a beleza dos boardgames é essa.

Einstein da Grow (1980)

GN: Como é a sua rotina de jogador? Joga toda semana? Todo dia?

GB: Eu jogo todas as vezes que eu consigo (risos)

GN: Fora jogar, tem alguma outra coisa que gosta de fazer?

GB: Eu sou advogado e amo o que faço, trabalhei com mágica profissionalmente por 13 anos, representei o Brasil no mundial de Portugal, e escrevi um livro de mágicas chamado “Pegue uma Carta”, dei esse nome porque foi a primeira fase que ouvi de um mágico que me apresentou um mundo novo e de certa forma, tudo isso é um jogo, tanto que no espanhol chama-se “juego de magica”.

Assim como a mágica é um jogo, ser advogado de certa forma tem muitos elementos de um jogo. Temos estratégia, perdedor, vencedor, regras que não podem ser infligidas é uma estrutura muito semelhante com um jogo do que qualquer outra profissão.

De certa forma  um bom advogado é um bom jogador, eu tenho essa premissa.

Pegue uma Carta (2004)

GN: Como você enxerga o cenário de antes, o cenário de hoje, e que espera do cenário de boardgame no futuro no Brasil?

GB: Em 2011 as editoras e lojas da época se juntaram para fazer a primeira BGCON do Brasil, esse evento foi dentro da RPGCON, evento de RPG.  Nós fizemos brindes para esse evento, chamamos autores com protótipos e foi nesse evento que lancei os meus jogos Aero e Tinco e o jogo que depois virou Dark City, que vai ser publicado pela Devir.

Tinco (Devir)

Esse evento foi bem pequeno, tínhamos 2 salas, pouca estrutura , sem microfone e com poucos pessoas, mas foi ali que assumimos um compromisso com os presentes e com todo o público, assumimos o compromisso de revolucionar o mercado de boardgames brasileiro.

Nós ainda estamos comprometidos com esse compromisso e o evento de hoje é o espelho do evento de 2011. Em 2011 foram lançados mais jogos que nos últimos 30 anos no Brasil e os números estão crescendo após isso, cada vez mais temos mais desenvolvedores, editoras e jogadores no mundo.  Em pouco tempo o Brasil será um pólo de fonte de jogos de qualidade a nível internacional, hoje não é o que vai ser ainda. O mercado de boardgames cresceu mais de 30% no mundo, estamos em um país que vende um War a cada 7 minutos e os jogadores que conhecem não considera ele o melhor dos jogos.

A gente tem feito hoje um trabalho de criação e divulgação para apresentar para o público e trazer a nova geração para o hobby, o boardgame ele une gerações, através dos boardgames você reúne os avós com os netos, os pais e mães com os filhos e poucos hobbys no mundo possuem essa característica e proporcionam entretenimento com tanta qualidade, o pessoal passa a noite inteira se divertindo e dando risada e isso será cada vez mais buscado, será cada vez mais sustentável, tem um retorno legal para os desenvolvedores e a galera ta cada vez mais profissional. E o brasileiro é um povo positivo, pra cima, que enfrenta qualquer crise e dificuldade com criatividade e isso é reconhecido no mundo inteiro e nossos jogos reproduzem isso, os nossos jogos são alegres e felizes e felicidade e alegria combinam muito com boardgame. Hoje temos o American Game, Euro Game e em pouco tempo a gente quer criar o Brazilian Game, para o pessoal chegar e olhar “esse jogo não é americano, não é europeu ele não se encaixa nessa classificação”. Quando você vê um jogo japonês aquela coisa minimalista com pouco componente legal pra caramba, você sabe que é um jogo japonês, quando você vê um jogo africano, aquele jogo ancestral e belíssimo jogado a 7 mil anos atrás com sementes em cima da terra, você sabe que é um jogo africano.

O que nós queremos criar é uma nova escola, uma escola de jogos brasileiros que não se encaixa nessa estrutura, não vai se encaixar nessa definição, ele é divertido demais para você chamar de euro game e american game! A nossa busca é essa, de criar uma nova categoria de jogos para as pessoas falarem “só um jogo brasileiro para trazer essa alegria na mesa”.

GN: O que você espera do Gustavo daqui 20 anos?

GB: Eu espero um cara tão feliz como eu sou hoje.

GN: Como você enxerga a importância desses eventos para o cenário de boardgame?

GB: O hobby só cresce por conta dos eventos, são através dos eventos que nós conseguimos trazer um novo público, novas pessoas, apresentar novos jogos e autores, promover as coisa. O boardgame precisa disso, aqui as pessoas podem testar jogos, tirar dúvidas de regras e mecânicas com os instrutores. Temos editoras, divulgadores e depois esse trabalho é mantido através das redes sociais e grupos, mas o primeiro contato de muita gente é no evento e nesse contato a pessoa se identifica com o público, temática agradável e positiva, já que o boardgame é de fato acolhedor. Podemos ter um evento de boardgame dentro de qualquer outro evento  “basta ter pessoas”, a idéia em pouco tempo todo evento ter uma área de boardgame, para as pessoas interagirem e até mesmo descansarem um pouco.

GN: Como os jogos ajudam as pessoas?

GB: São diversas competências a serem melhoradas, a Devir em todos os jogos infantis faz um laudo com uma Neuropsicopedagoga, que fala quais as áreas do cérebro ela desenvolve, o quanto aquela pessoa será melhor e vai enfrentar os desafios da vida.

Grandes estrategistas, empresários e etc começaram o planejamento estratégico com o xadrez e depois passaram isso para todas as áreas do empreendedorismo. Realmente os jogos fazem as pessoas melhores e essas pessoas melhores fazem um mundo melhor!

Gostou da nossa entrevista? Então fique por dentro das nossas redes sociais e confira o que GN está preparando para você!

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Game of Thrones: Conquest comemora 8º aniversário com grande atualização e novo recurso

Pandora Nana

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Oito anos de estratégia e poder

A Warner Bros. Games e a HBO anunciaram uma grande celebração pelos oito anos de Game of Thrones: Conquest, o jogo mobile de estratégia inspirado no universo de Westeros. Desde seu lançamento em 2017, o título conquistou milhões de jogadores em todo o mundo e se mantém como um dos favoritos do gênero graças à sua jogabilidade envolvente e à comunidade ativa.

Para marcar o aniversário, o game receberá em 22 de outubro sua maior atualização do ano, que trará o novo recurso Salão dos Heróis. A novidade chega acompanhada de um trailer especial e de um infográfico celebrando a jornada dos fãs ao longo desses oito anos.


Uma história de conquistas épicas

Desde a estreia, Game of Thrones: Conquest permitiu que fãs da franquia forjassem alianças, travassem batalhas e colecionassem heróis icônicos das séries Game of Thrones e House of the Dragon, ambas vencedoras do Emmy® e do Globo de Ouro®.

Atualmente, o game conta com 109 heróis jogáveis de todas as eras dos Sete Reinos — entre eles Rhaenyra Targaryen, “A Rainha Negra”, e até o temido Rei da Noite, o Primeiro Caminhante Branco.

Os números impressionam: até agora, os jogadores já desbloquearam heróis quase 19 milhões de vezes, além de marcharem sobre Porto Real e disputarem o Trono de Ferro mais de 4,4 milhões de vezes.


Novo recurso: Salão dos Heróis

A principal novidade da atualização é o Salão dos Heróis, que promete redefinir o sistema de progressão de personagens no jogo. A nova mecânica permitirá que jogadores de todos os níveis gerenciem estrategicamente suas Coleções de Heróis, desbloqueando vantagens e recompensas especiais.

O recurso também introduz os Baralhos de Heróis, conjuntos predefinidos que podem ser aprimorados de acordo com a raridade dos personagens. Ao evoluir os Níveis de Estrela desses baralhos, os jogadores ganham bônus permanentes que se somam aos já existentes do Pequeno Conselho e das formações de Marcha.

O lançamento inicial contará com seis Baralhos de Heróis, com novos conjuntos planejados para atualizações futuras — expandindo ainda mais a profundidade estratégica do jogo.


Eventos e recompensas exclusivas

Para celebrar o aniversário, Game of Thrones: Conquest realizará três semanas de eventos por tempo limitado a partir de outubro. Será o momento ideal tanto para novos jogadores quanto para veteranos fortalecerem seus exércitos e expandirem suas coleções.

Entre os brindes especiais, todos os jogadores que entrarem no game entre 7 e 26 de outubro receberão o Peão de Marcha Astrolábio, um item inspirado na icônica abertura da série original. Esse será o primeiro peão totalmente animado já lançado no jogo.

Além disso, a partir de 20 de outubro, será possível desbloquear uma variação prateada do Astrolábio ao completar missões diárias durante sete dias consecutivos.


Disponibilidade

Game of Thrones: Conquest está disponível gratuitamente para download na

Com oito anos de batalhas épicas e alianças forjadas em fogo e sangue, Game of Thrones: Conquest segue expandindo o universo de Westeros nos dispositivos móveis. O Salão dos Heróis promete elevar o nível estratégico do jogo e garantir fôlego novo à comunidade que continua crescendo ao redor do mundo.

Quer ficar por dentro das novidades sobre o universo Pop? Me acompanha no Instagram @pandora.nana e não perca nenhum lançamento.

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Hades 2: o sucesso do final de semana de lançamento

Pandora Nana

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“Hades 2” chegou e não foi com passos tímidos — o novo título da Supergiant Games mergulhou direto no submundo dos recordes de videogame. Assim como seu antecessor, o jogo rapidamente conquistou espaço no coração dos jogadores e da crítica, transformando seu final de semana de lançamento em um verdadeiro espetáculo para a indústria gamer.
Com milhares de jogadores simultâneos no Steam e uma recepção calorosa em redes sociais e fóruns, “Hades 2” não apenas reafirma o talento da Supergiant em criar experiências únicas, como também se estabelece como um dos lançamentos mais comentados de 2025.

Neste artigo, vamos explorar tudo o que fez o jogo brilhar nesse lançamento: dos números impressionantes de público às inovações de gameplay, passando pela relevância cultural e o impacto que a sequência traz para a comunidade geek.


O impacto imediato de Hades 2 no Steam

O sucesso de “Hades 2” pôde ser medido logo nas primeiras horas após o lançamento. Em questão de dias, o título alcançou picos superiores a 110 mil jogadores simultâneos apenas na Steam, ultrapassando marcas estabelecidas por seu antecessor e se posicionando como um dos maiores lançamentos independentes da plataforma em 2025.

Esse número impressiona ainda mais quando lembramos que o game não pertence a uma gigante do mercado AAA. O feito comprova a força da Supergiant Games como estúdio independente e como seu nome, desde o primeiro “Hades”, passou a ser sinônimo de qualidade. A comunidade gamer respondeu de forma massiva, demonstrando que havia uma expectativa enorme pela sequência.

Além disso, os fóruns do Steam e do Reddit foram inundados com discussões, teorias, fanarts e até mods experimentais nas primeiras horas. A comoção deixou claro que “Hades 2” não seria apenas mais um jogo lançado em 2025, mas sim um fenômeno cultural, capaz de mobilizar fãs ao redor do mundo.

O feito também posiciona o game entre os maiores lançamentos do ano em termos de público ativo, mostrando que o interesse por roguelikes está longe de diminuir — e que, quando bem executado, o gênero pode alcançar números dignos de blockbusters.


A Supergiant Games e sua jornada de confiança

A Supergiant Games já era uma desenvolvedora respeitada desde títulos como “Bastion” e “Transistor”, mas foi com o primeiro “Hades” que o estúdio conquistou status lendário dentro da comunidade geek. Agora, com “Hades 2”, a equipe prova que não se trata de um golpe de sorte: eles sabem exatamente o que estão fazendo.

A confiança depositada pelos jogadores foi construída ao longo de anos. O estúdio sempre demonstrou um cuidado especial em criar não apenas mecânicas envolventes, mas também narrativas que dialogam com emoções profundas. A mitologia grega, adaptada com frescor e irreverência, conquistou até mesmo aqueles que normalmente não se interessam pelo gênero roguelike.

Esse histórico explica em grande parte por que o público abraçou a sequência tão rapidamente. Muitos fãs sentiram que estavam retornando a um universo familiar, mas ainda assim cheios de surpresas. A combinação entre expectativa e inovação criou o cenário perfeito para o estrondoso sucesso no lançamento.

Mais do que apenas números, o fenômeno mostra como a Supergiant Games se consolidou como referência para estúdios independentes. O sucesso de “Hades 2” funciona quase como uma carta de amor à produção criativa fora do circuito das grandes publishers, inspirando outros desenvolvedores a acreditarem em suas ideias.


O que diferencia Hades 2 de seu antecessor

Apesar da herança pesada do primeiro jogo, “Hades 2” não se acomodou em repetir fórmulas. Pelo contrário, a sequência trouxe novidades significativas que justificam sua existência e elevam a experiência.

Entre as mudanças mais celebradas está a introdução da nova protagonista, Melinoë, a princesa do submundo. Sua presença trouxe frescor à narrativa, explorando aspectos menos conhecidos da mitologia grega e permitindo ao jogador vivenciar o universo de “Hades” sob uma nova perspectiva. Essa escolha narrativa também abriu espaço para conexões inéditas entre personagens e um enredo mais amplo e complexo.

No aspecto de gameplay, as melhorias são visíveis. O combate ganhou novas camadas de profundidade, com armas adicionais, habilidades mais variadas e um sistema de progressão repaginado. A sensação é de que cada run é ainda mais dinâmica e imprevisível, algo essencial para manter a longevidade de um roguelike.

Os cenários também receberam atenção especial. Enquanto o primeiro jogo já impressionava com sua direção de arte vibrante, “Hades 2” expande os horizontes, apresentando ambientes mais sombrios, detalhados e cheios de referências mitológicas. O resultado é uma atmosfera que mistura familiaridade e novidade, convidando o jogador a explorar cada canto.


A força da narrativa e da mitologia

Um dos maiores diferenciais de “Hades 2” é sua capacidade de unir gameplay frenético com uma narrativa envolvente. A Supergiant novamente demonstra sua habilidade em tratar a mitologia grega com respeito, mas também com ousadia criativa.

A escolha por Melinoë como protagonista não foi apenas estética. A personagem, na tradição mitológica, está ligada ao ocultismo e à feitiçaria, o que abre espaço para tramas mais sombrias e reflexões sobre poder e destino. Essa mudança tonal adiciona uma nova camada de complexidade em relação ao primeiro jogo, que tinha como foco a rebeldia e a busca por liberdade de Zagreus.

Outro ponto de destaque é o elenco de personagens coadjuvantes. Deuses, titãs e entidades míticas surgem com personalidades cativantes e diálogos inteligentes, reforçando a tradição da Supergiant em criar mundos vivos. Cada encontro adiciona um pouco mais de profundidade à trama, incentivando o jogador a retornar várias vezes não apenas pelo desafio mecânico, mas também pela curiosidade de conhecer todas as histórias.

A mistura entre o antigo e o novo faz de “Hades 2” não apenas uma continuação, mas também um mergulho mais profundo na mitologia, tornando-o atraente para fãs de cultura pop, história e até mesmo para quem busca representações modernas de narrativas clássicas.


A recepção da crítica e da comunidade

A recepção de “Hades 2” foi praticamente unânime: elogios tanto da crítica especializada quanto dos jogadores comuns. Portais de games, criadores de conteúdo no YouTube e streamers da Twitch ajudaram a impulsionar a popularidade do título, tornando-o um assunto quente durante todo o final de semana de lançamento.

Os reviews destacaram principalmente a evolução natural em relação ao primeiro game, a profundidade do combate e o carisma da nova protagonista. A consistência da direção de arte e da trilha sonora também foi elogiada, reforçando a identidade única da franquia.

Do lado da comunidade, o engajamento foi massivo. Fãs criaram memes, artworks e até vídeos comparativos com o primeiro jogo, celebrando cada detalhe que fazia “Hades 2” brilhar. Essa movimentação espontânea é um dos sinais mais claros de sucesso: quando os jogadores transformam sua paixão em conteúdo, o jogo transcende o entretenimento e se torna parte da cultura pop.

O fato de “Hades 2” ser rapidamente apontado como um dos jogos mais bem avaliados de 2025 também contribui para a construção de sua imagem como fenômeno. Não é apenas um sucesso de vendas, mas também uma obra reconhecida por sua qualidade.


Hades 2 como fenômeno cultural

O que torna “Hades 2” tão especial não são apenas os números ou as análises positivas, mas a forma como ele se conecta com a cultura geek. O jogo rapidamente se tornou tema de conversas em comunidades de fãs de mitologia, fóruns de RPG e até mesmo entre leitores de quadrinhos e animes, que encontraram ecos de suas paixões no universo criado pela Supergiant.

As fanarts inundaram o Twitter, o TikTok foi tomado por clipes de gameplay e edições criativas, e cosplayers já começaram a planejar trajes inspirados em Melinoë e outros personagens. A velocidade com que o título se infiltrou na cultura pop demonstra a força do apelo estético e narrativo da franquia.

Outro aspecto culturalmente relevante é a maneira como o jogo reforça o poder dos estúdios independentes. Em um cenário dominado por grandes publishers e produções milionárias, “Hades 2” prova que a criatividade pode ser tão ou mais valiosa do que o orçamento. Ele inspira não apenas jogadores, mas também futuros criadores de jogos e artistas independentes.

No final, o game não é apenas um lançamento de sucesso: é um marco cultural que reafirma o lugar da Supergiant Games no panteão dos estúdios mais influentes da atualidade.


O futuro da franquia e o legado de Hades 2

Com o impacto imediato de “Hades 2”, a grande questão agora é: para onde a franquia pode ir daqui? O potencial é enorme. A Supergiant já demonstrou interesse em continuar expandindo o universo, seja com atualizações, seja com conteúdos adicionais que mantenham a comunidade engajada.

As teorias dos fãs já começam a pipocar, especulando sobre expansões, novos personagens jogáveis e até spin-offs baseados em figuras mitológicas ainda não exploradas. Essa energia da comunidade é um combustível poderoso que pode manter o jogo relevante por muito tempo.

Em termos de legado, “Hades 2” já conquistou seu espaço como um dos maiores lançamentos de 2025. Mas além disso, ele pavimenta o caminho para uma nova geração de roguelikes, mostrando que o gênero pode ser acessível, emocionante e, acima de tudo, culturalmente impactante.

O futuro da franquia depende da criatividade da Supergiant e da paixão dos fãs. Mas se há algo que podemos afirmar desde já é que “Hades 2” será lembrado não apenas como um jogo, mas como uma experiência que marcou uma geração de jogadores.


Conclusão: um final de semana para a história

O lançamento de “Hades 2” foi mais do que um evento: foi uma celebração da cultura gamer e geek. Os recordes no Steam, a recepção calorosa da comunidade e a qualidade inquestionável do jogo consolidaram seu lugar como um dos grandes destaques do ano.

Em um mercado cada vez mais saturado de lançamentos, “Hades 2” provou que ainda há espaço para experiências inovadoras, narrativas envolventes e personagens inesquecíveis. Ele mostrou que o submundo pode ser, sim, o palco perfeito para histórias de sucesso.

E se você, assim como eu, vibrou com cada detalhe dessa estreia e adora mergulhar em universos de cultura pop e geek, fica o convite: acompanhe meu trabalho e minhas análises pelo Instagram @pandora.nana. Vamos juntos explorar esse e muitos outros mundos incríveis!

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Animes e Mangás

Pokémon estreia na BGS 2025 com estande oficial e experiência de Mega Evolução

Vitor Delfino

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A Brasil Game Show 2025 (BGS 2025) acaba de confirmar uma grande novidade para os fãs de Pokémon: a The Pokémon Company International fará sua estreia oficial no maior evento de games da América Latina. O estande inédito de 300 m² trará experiências interativas e exclusivas sobre a Mega Evolução de Pokémon, em celebração aos aguardados lançamentos Pokémon Legends: Z-A e a expansão Megaevolução do Pokémon Estampas Ilustradas (TCG).

Pokémon na BGS 2025: experiência de Mega Evolução

No estande, os Treinadores Pokémon poderão aprender como Mega Evoluir seus Pokémon em atividades práticas e imersivas, além de explorar os populares Pokémon Mega Evoluídos que estarão presentes tanto no jogo Pokémon Legends: Z-A quanto na expansão do Pokémon Estampas Ilustradas.

  • Pokémon Legends: Z-A chega em 16 de outubro de 2025 para Nintendo Switch e Nintendo Switch 2.
  • A expansão Megaevolução do Pokémon TCG será lançada em 26 de setembro de 2025.

A importância da estreia de Pokémon na Brasil Game Show

Para Marcelo Tavares, fundador e CEO da Brasil Game Show, a chegada oficial da marca é um marco para a feira:

“A paixão que o público brasileiro e latino-americano tem por Pokémon é inquestionável. Ver a marca reconhecendo isso e se aproximando dos fãs da região por meio da BGS reforça o valor da nossa comunidade gamer.”

O que esperar da BGS 2025

A Brasil Game Show 2025 acontece de 9 a 12 de outubro no Distrito Anhembi, em São Paulo, ocupando todos os cinco pavilhões do espaço. O evento reunirá centenas de marcas e trará atrações internacionais de peso, incluindo:

  • Hideo Kojima (Death Stranding 2),
  • Naoki Hamaguchi (Final Fantasy VII Remake),
  • Yoko Shimomura (trilhas sonoras de Kingdom Hearts e Street Fighter 2).

O público também poderá prestigiar apresentações musicais emocionantes, como PlayStation The Concert e A New World: intimate music from Final Fantasy.

Ingressos para a BGS 2025

Os ingressos já estão disponíveis no site oficial da Brasil Game Show para um ou mais dias de evento.

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