Organizações de esportes eletrônicos miram oportunidades comerciais em grandes marcas
Comemorado nesta terça-feira (29), o Dia Mundial do Gamer mostra que o mercado dos games conquistou um grau de protagonismo, ao ponto de ultrapassar em faturamento outras áreas da indústria do entretenimento, como a música e o cinema. De acordo com uma pesquisa da consultoria PwC, só em 2022, a indústria global de jogos faturou US$ 196,8 bilhões em todo mundo. Somente no Brasil os jogos eletrônicos movimentam aproximadamente R$12 bilhões ao ano. Atualmente, o país já lidera o mercado de jogos em toda América Latina e figura entre os dez maiores mercados mundiais.
Os esportes eletrônicos também acompanham este movimento de crescimento de toda indústria. A pesquisa aponta que, no ano passado, os eSports movimentaram mais de R$ 7 bilhões, e a estimativa é que, até 2026, este número chegue aos R$ 13 bilhões. De olho nesses números, grandes players do mercado têm se aproximado cada vez mais do cenário competitivo de games.
Muito comum no universo do esporte tradicional, a tendência dos naming rights tem ganhado força no universo dos eSports. O exemplo mais recente foi a parceria entre a paiN Gaming, uma das maiores organizações de esportes eletrônicos da América Latina, com a Esportes da Sorte. O acordo consiste no patrocínio da empresa de apostas esportivas nas equipes de Counter-Strike, Free Fire, além do fornecimento do nome para o complexo de gaming house e gaming office da paIN, que passa a se chamar Arena Esportes da Sorte.
A executiva de Desenvolvimento de Negócios do Grupo Esportes da Sorte, Sofia Aldin, afirma que o investimento no universo de esportes eletrônicos tem como principal objetivo a construção de uma parceria de longo prazo com a comunidade e ampliar a visibilidade da instituição. Hoje, o EDS patrocina o X1 Brazil Combate (um projeto focado em futebol na modalidade um contra um) e a ideia é criar um projeto similar focado na modalidade de esports. “O Esportes da Sorte é uma das empresas mais confiáveis neste segmento. A expectativa é somar as nossas forças para podermos construir cases incríveis e endêmicos no nosso cenário”, afirma.
Parceria semelhante foi firmada com a Team Liquid, que lançou seu centro de treinamento em parceria com a Alienware, linha gamer de produtos da Dell. Inaugurado em maio deste ano em São Paulo, o Alienware Training Facility é o novo centro de operações da organização holandesa no Brasil, com uma estrutura de quatro andares com escritórios, além das três salas de treinamento para as equipes da Liquid, abrigando todos os funcionários que hoje fazem parte da equipe e com espaço para atender os fãs.
Outras organizações de esportes eletrônicos também seguiram a tendência de se filiarem com grandes empresas para firmarem acordos comerciais. É o caso da Vivo Keyd, com a junção da tradicional organização de eSports Keyd com a gigante das telecomunicações Vivo. Atualmente a VK (como é popularmente conhecida) disputa as principais ligas de eSports do país, como o CBLOL (Campeonato Brasileiro de League of Legends) e a LBFF (Liga Brasileira de Free Fire).
A Red Canids também firmou uma parceria com a cadeia de lojas de artigos de escritórios Kalunga, formando a RED Canids Kalunga. Sob este novo nome, a equipe conquistou dois dos seus três títulos do CBLOL, e nesta temporada segue viva na disputa. Para Carlos Nascimento, Head de Desenvolvimento de Negócios do Arena Hub, é uma grande oportunidade das empresas conversarem com o público jovem.
“Os benefícios podem ser muitos se as empresas não entenderem a atividade como mero espaço para publicidade, porque fala diretamente com um dos públicos mais refratários a ações convencionais. Elas devem ter como objetivo a criação de relacionamentos consistentes e duradouros com esses consumidores, que além de tudo ditam tendências” comentou Carlos.
Principal centro de inovação de esporte, mídia e entretenimento da América Latina, o Arena Hub conta com algumas organizações de eSports no seu ecossistema. de acordo com Carlos, estas conexões entre marcas são positivas para todo cenário dos esportes eletrônicos.
“É um movimento que faz crescer a modalidade. Ao acolher no ecossistema essa atividade esportiva, o Arena Hub conecta os times e entidades com a enorme oferta de possibilidades que as Startups podem oferecer para melhorar ainda mais a prática e atrair novos praticantes e o interesse geral do público”, finaliza.