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Advogado do Diabo: Um clássico dos anos 90

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O filme “Advogado do Diabo” é um verdadeiro clássico dos anos 90. Nele, Kevin Lomax (Keanu Reeves), famoso advogado de uma pequena cidade da Flórida conhecido por nunca ter perdido um caso, é contratado por John Milton (Al Pacino), o dono de uma grande firma de advocacia em Nova York. Com um alto salário, Kevin precisa defender um cliente acusado de triplo assassinato: Alexander Culler (Craig T. Nelson), um milionário acusado de assassinar a esposa, o enteado e uma das empregadas da casa. Apesar dos avisos de sua mãe, uma religiosa interpretada por Judith Ivey, o personagem interpretado por Reeves parte para a grande cidade acompanhado de sua esposa, a bela e voluntariosa Mary Ann (Charlize Theron) para uma vida com muito luxo e mordomia.

 

No entanto, aos poucos Mary Ann vai percebendo que algo de sórdido se esconde sob a fachada respeitável da firma em que seu marido trabalha e passa a ter certas visões assustadoras e demoníacas, acompanhadas de pesadelos terríveis. Enquanto seu misterioso chefe parece sempre saber como contornar cada problema e tudo que perturba o jovem advogado, ele vai descobrindo que o poderoso chefão da firma, John Milton (Pacino), possui um outro lado assustador: ele é o próprio Diabo, “escondido” na pele de um advogado bem sucedido.

 

Mas afinal, por que Satanás vem ao mundo como advogado? No filme fica claro que o escritório de advocacia de John Milton tem um objetivo de absolver todos os corruptos do mundo com a intenção de explicitar todo o Mal presente no mundo diante de um Deus, segundo ele, indiferente que apenas olha e ri de tudo.

 

O filme apresenta uma lógica irônica, onde o Diabo através da justiça criada pelo sistema, pretende revelar o Mal que faz parte da própria Criação (e não apenas o mal presente no ser humano). John Milton pretende utilizar Kevin Lomax, que é apenas um pobre advogado ambicioso e vaidoso, perdido nesse mundo, em um projeto muito maior que é acabar com a Criação divina pelo excesso.

 

O caráter satânico é interpretado por Pacino com prazer e alegria. Reeves, em contraste, é sóbrio e sério – o homem reto, porém dividido entre a ambição e vaidade e a necessidade em se dedicar à sua esposa e a vida conjugal.

 

O prazer, então, seria algo de ordem diabólica. O luxo, o bem estar e o sucesso, em Advogado do Diabo, estão desconectados com a vida de expiação e simplicidade, o que levará Lomax a seguir os seus instintos éticos, afinal, a vida mais simples e digna pode ser menos exuberante, mas oferta maior segurança que o ofuscante reino do inferno.

 

O filme retrata a natureza humana, quando as pessoas se deixam levar pelos privilégios que podem tirar de algumas situações, mesmo que isso signifique esquecer de seus valores, crenças e costumes, muitas vezes usando a malícia e pontos fracos das pessoas para conseguir o que quer, deixando-se levar pela vaidade e pela ganância.

 

Porém, o filme também retrata cenas comuns no dia a dia da carreira de um advogado criminal: em uma certa cena, percebemos a angústia de um advogado ao acreditar que seu cliente era inocente sem o ser, ao mesmo tempo que vemos um advogado ambicioso que não mede esforços para ganhar suas causas mesmo que tenha que passar por cima das pessoas e de seus próprios princípios.

 

Este suspense levanta uma série de discussões sobre ética na advocacia, e até onde pode ir a ambição de um advogado criminal. Apesar de seu tom mais fantasioso que o de um filme jurídico comum, de toda forma vale o debate que o longa levanta sobre a ética da profissão.

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