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REVIEW FIREWATCH
Firewatch é um jogo de mistério focado em diálogos e exploração. Desenvolvido pelo estúdio Campo Santo e lançado para PC e PS4, o título de aventura conta a história de Henry, homem que largou a vida na região de Colorado, nos Estados Unidos, para trabalhar como vigia de incêndios na relaxante floresta de Wyoming. O jogo conta com gráficos impressionantes, mas decepciona em alguns pontos. Confira a análise completa:
Parceiro walkie-talkie
O game convida o jogador a explorar Wyoming, no verão de 1989, ao lado do protagonista frustrado com o casamento. Sob a perspectiva em primeira pessoa, Henry deve estar atento ao que ocorre na região para manter a floresta devidamente protegida.
Empoleirado no alto da montanha e um dos únicos habitantes do local, Henry tem à disposição um pequeno rádio portátil, que é utilizado para conversar com Delilah, o único contato direto acessível da torre de vigia.
Os momentos mais brilhantes de Firewatch são apresentados por meio de diálogos bem escritos entre os protagonistas. Por se tratar de jogo de mundo aberto, Henry é livre para explorar cada centímetro dos ambientes, e é possível comunicar-se a qualquer momento com a parceira oculta.
Delilah desempenha o papel de vigia há mais de 13 anos e oferece explicações e sugestões via rádio sobre qualquer coisa. O jogador pode relatar ter visto algo estranho no meio da floresta à noite, por exemplo, ou descrever a visão inusitada de roupas íntimas penduradas em galhos de árvore. Dependendo das respostas dadas à instrutora, Henry inicia linhas de diálogos completamente diferentes.
As conversas estabelecidas são bastante interessantes, em especial pelo impecável trabalho de voz, que flui de forma natural e consegue contagiar o jogador com atuações memoráveis, o que realça a atmosfera de solidão.
Rich Sommer, o astro da série Mad Men, assume o papel do personagem principal, enquanto Cissy Jones, que participou de Life is Strange e Fallout 4, vive Delilah.
Infelizmente, não há legendas disponíveis em nosso idioma. Isto pode arruinar a experiência de quem não domina o inglês, já que o jogo é totalmente dependente da comunicação entre personagens.
Pernas para que te quero
Firewatch é outro projeto que entra para a polêmica lista dos chamados “simuladores de caminhada”. A desenvolvedora recém-formada Campo Santo faz de tudo para evitar momentos de ação e, por isso, tudo que o jogador pode fazer é interagir com elementos do cenário e pegar um ou outro item.
Afinal, o que levou Henry a abandonar a vida no Colorado para se isolar no meio do nada durante meses? Eis um dos grandes mistérios do jogo que, felizmente, conseguem envolver o jogador do começo ao fim, ou seja, por cerca de cinco horas.
O ponto negativo fica por conta do desfecho frustrante. Ainda que o final esteja longe de ser ruim, a etapa conclusiva de Firewatch poderia ter sido aprofundada. O potencial para finalizar a história em alto nível está ali, mas o desenrolar não foi tão bem desenvolvido.
Visualmente falando, Firewatch é um dos títulos mais bonitos e detalhados da atual geração. O padrão artístico adotado pelo game, que mescla elementos reais com tons vibrantes de pinturas, é único e cabe como uma luva no gameplay.
Conclusão
Mesmo deixando um gosto amargo no desfecho, Firewatch proporciona uma experiência singular com conversas bem construídas e clima de mistério. Embora um enorme potencial tenha sido desperdiçado na jornada, o visual deslumbrante e a envolvente narrativa moldada por diálogos espontâneos fazem valer o tempo investido.
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